Nem sempre

 
 
Esqueci do remédio pra dormir,
da testa a franzir,
nem vi a noite cair;
desenhei na tela o porvir.

O tempo quebrou
e as unhas passaram;
em largos passos,
lentas, lentamente.

Me era sentença,
agora é transitório, não sabido e distraído.
Fui-me de mim e floresci;
na areia, no asfalto, no chão.

Agora ando,
diluído de saudade;
ávido de vento, de embriaguez;
em todo nunca, nem sempre.

Agora ando,
consumido de vontade;
ávido de luz, de lucidez;
em passos lentos, largos de ver.

Autor: Giuliano Ruchinsque Gomes.
Imagem por Twistiti

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